Quando se fala no problema do lixo,
geralmente pensamos em construção de aterros e em novas tecnologias de
reciclagem. Na área da educação, pensamos logo na falta de creches, escolas e
outros equipamentos educacionais. Na saúde, queremos mais hospitais, mais
clínicas, mais equipamentos para realização de exames, mais medicamentos
disponíveis.
Obviamente que os problemas de cada uma dessas áreas têm
suas especificidades e complexidades. Mas é comum que gestores públicos busquem
traduzir em obras as respostas a cada um deles. Se fazer obra fosse a solução,
acredito que não estaríamos hoje reclamando da precariedade dos nossos serviços
públicos e das dificuldades da vida nas nossas cidades.
A usina do lixo, o edifício da escola ou do posto de saúde
gera inaugurações festivas, fotos em jornais e em folders de propaganda, vídeos
na TV. Mas o problema não termina com estas inaugurações, apenas começa. No
centro da questão está à gestão e a qualidade do serviço, que dependem de
muitos fatores, entre eles, principalmente, das pessoas que o realizam.
A insatisfação dos funcionários públicos chamou a atenção
para uma questão importantíssima, que muitas vezes é deixada em segundo plano:
trata-se da não valorização dos trabalhadores/as que prestam serviços públicos.
Isso vale para garis, vale para professores/as para motoristas e / para
profissionais de saúde, entre muitos outros trabalhadores e trabalhadoras de
diversos setores e seguimento.
Depois do corte das horas extras, o não pagamento das
férias premia, a suspensão da insalubridade nos diversos setores, corte do
abono pecuniário , o não reajuste do salário na data base em primeiro de
janeiro, o não pagamento do biênio atrasados dos Professores, a falta de
dialogo com os representantes da categoria “SINDICATOS”, por tudo isso e muito
mais resolvemos a nos mobilizar toda a categoria para a ASSEMBLÉIA,
deliberativa, isto é fazer valer os nossos direitos, não estamos pedindo nada a
mais que direitos e salário dignos para todos.
O piso nacional dos professores, reajustado em janeiro, é
de R$ 1.697,37. O que esperar da qualidade do ensino quando professores ganham
tão mal? Mesmo o piso nacional, que alguns estados e municípios ainda
descumprem, está longe de representar uma remuneração digna para alguém a quem
confiamos à formação de nossos filhos.
Sabemos que essa é também a realidade de diversos
profissionais de saúde, como enfermeiros/as, auxiliares de enfermagem,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos/as... De motoristas e
monitores/ de ônibus... Enfim, de trabalhadores e trabalhadoras das mais
diversas atividades no serviço público.
Construir equipamentos públicos é importante. Melhorar a
gestão é fundamental. Para tanto é necessário enfrentar as disparidades
salariais e valorizar os/as trabalhadores/as dos serviços públicos. Isso é
essencial se quisermos ver alguma luz no fim do túnel no que diz respeito à
qualidade destes serviços. Pedimos a toda a população caxambuense que esteja
junta dos servidores públicos dando apoio nas decisões que viemos a tomar em
prol da valorização respeito e principalmente direitos. E o que exigimos das
autoridades e gestores deste município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário